sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Ameaça à vida

Hoje pela manhã bem cedo, minha esposa estava rumo a sua jornada de trabalho desgraçada de 10 horas na indústria na periferia, para pagar a bolsa família e os funcionários públicos, quando entra um marginal no seu ônibus, pula a catraca e começa a berrar que vai matar quem lhe tirar dali.


Ladrão usando pessoas como escudo humano.

O pior é que, mesmo o vagabundo tendo físico de usuário de crack, aparentando estar desarmado e o cobrador ser grandalhão, ninguém quis se meter com ele. Afinal, quem quer correr o risco de tomar um tiro ou possivelmente se contaminar com doenças batendo no cara? Um fiscal até ameaçou chamar "os home" (a polícia inútil) e disse que o carro tinha câmera de vídeo, mas o marginal respondeu que não estava nem ai e se chamasse ele ia dar um tiro.

Por sorte ele não assaltou ninguém até ali, somente ameaçou. Pois bem, minha esposa que sempre senta perto da porta entrou em pânico e saltou na primeira parada. O pior foi que os outros não estavam nem ai com as ameaças de morte ou de terem pago e o energúmeno não: estavam mais preocupados se iam chegar atrasados no trabalho, dada a banalização da violência no país.

A conclusão de minha esposa (que me ligou chorando e teve de faltar ao trabalho) do ocorrido foi que estes imundos não se preocupam nem um pouco com qualquer represália por seu comportamento inaceitável, pois a polícia jamais vai investigar quem pulou uma catraca, e que os vadios sabem que ninguém de bem pode andar armado, e se eventualmente alguém se defender provavelmente vai se ferrar pois temos um governo de esquerda, por isso abusam.


Esta republiqueta bananeira não é civilizada!

Quando eu era mais jovem vivia brigando e aprendi a ver nos olhos a intenção de alguém. Os vagabundos pensam duas vezes (se desarmados) quando tem alguém como eu por perto, pois se eu tiver a oportunidade mato o cara de tanto bater. E esta é nossa obrigação, pessoas de bem, mantermos-nos física e psicologicamente treinados e se possível carregar uma lâmina. Como já comentei, temos que responder à qualquer ameaça, ou caímos na espiral do silêncio.

As pessoas me perguntam porque estamos largando tudo (o pouco) que temos para ir para outro país trabalhar nos ditos "sub-empregos", mas é simples, para não ter mais que conviver com este tipo de gente.


Boa semana e até a declaração do fechamento mensal.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Minha experiência com um MBA

Estava dando uma lida nos livros do curso e pensei em fazer este post.

Como sou o exemplo literal do que o Robert Kyosaki descreveria como "filho pobre". Fui treinado para ser um macaco adestrado, portanto desejava ter um MBA desde a faculdade. Os dois filhos do diretor de uma empresa em que trabalhei tinham MBAs fortes, dentre outras pessoas que sempre vi decidirem a vida e a morte dos pobretões com um simples telefonema e isso era muito legal.

Eu continuava em um péssimo perfil para MBAzeiro. Não tinha cargo de gerencia, sem carro, celular da idade da pedra, etc. Porém me sentia jovem e dei um jeito de me matricular num curso bem respeitado por ai, pelo menos eu acho.

Conhecimento é muito importante e eu gostei bastante do que aprendi. O conteúdo dava de 10 a 0 no que eu tinha disponível na faculdade. O conteúdo das universidades é muito dissociado da prática e a metodologia antiquada. Além disso o nível das universidades é tão baixo que qualquer um se forma só indo na aula.

O problema foi que olhei ao meu redor e vi um bando de caras iguais a mim. Os colegas eram só uns escrotos com cara de empregado também. Provavelmente a maioria deles ganhava mais que eu, mas estavam todos comprando o diploma, dos mais novos aos mais coroas. Fiz algumas poucas matérias e decidi investir em outra coisa.

As vezes precisamos do diploma, as vezes não, depende de muitas circunstâncias, mas foi nesta época que me dei conta dos ensinamentos do Pai Rico Pai Pobre sobre aquela coisa toda de estudar e trabalhar para ficar rico ao invés de para deixar alguém rico, e naquele momento eu estava com o mindset de empregado, portanto não era o melhor momento para um curso destes.


Todos clones da Matrix.

Nunca parei de estudar por conta própria e creio que o que me falta pra ser um mestre em business é empreender. Business é mão na massa. Abrir uma barraquinha qualquer coisa lhe dará mais conhecimento que uma faculdade e uma pós graduação juntas.

Onde um MBA é interessante?

Na minha opinião o MBA é um curso complementar pra quem é empreendedor, não pra quem é empregado. Pra empresários ele pode dar um turbo. Pra empregados eu sugeriria alguma pós graduação à distância, bem mais barata. Também aconselho a quem quer fazer qualquer curso a juntar toda a grana e negociar o preço à vista, se possível.

Pense nisso antes de cursar MBA!


sábado, 22 de agosto de 2015

Pobretões devem estudar inglês

Saber falar inglês é tão importante quanto saber sua língua pátria. Ela continua sendo a linguagem universal, usada em todos os países civilizados do mundo e creio que vá continuar sendo. Se você acha diferente, aprenda a língua que desejar, mas não deixe de buscar um bom nível de inglês. A vida inteira conheci pessoas que diziam odiar inglês, ou que achavam muito difícil, porém dado que nossa cultura (muito da melhor parte dela) vêm dos USA, isto não justifica. Temos que compreender.

Antigamente até existia motivo para desinteresse, principalmente pra quem era pobretão e vivia no interior, onde só o que tinha era o inglês da escola e o de algumas escolas de franquia que nem todo mundo podia pagar. Hoje, com a internet não existe desculpa, portanto comece salvando nos favoritos o tradutor do Google.

Como eu aprendi inglês

Tive a sorte de, desde minha infância termos o costume de assistir filmes legendados, e de aprender um pouco jogando videogame. Além disso eu sempre busquei traduzir as letras das músicas que escuto, isto ajudou bastante. Quando eu era adolescente fui obrigado a cursar dois semestres em uma dessas escolas de inglês que qualquer analfabeto tira "9.6" em todas as lições do avançado, até que larguei.

Muito bem dito.

Durante a faculdade juntei uma grana pra ir à outro país melhorar no inglês. Lá fora eu vi que o brasileiro sempre acha que sabe tudo, aliás as próprias escolas fazem um desserviço às pessoas lhes dando diplomas de níveis avançados quando na verdade se comunicam como crianças ou debilóides com os estrangeiros. O pior são os brasileiros que vão pra fora e só andam com brasileiros, vão em festas de brasileiros, trabalham com brasileiros, sentam do lado de brasileiros na escola e falam em português o tempo inteiro. Esses só colocam dinheiro fora e aprendem a enquadrar melhor os selfies pro Facebook. Conheci brasileiros lá que estavam no meu nível na escola e moravam a anos no país. Isto é ridículo!

Consegui um emprego em um boteco em um turno, e no outro ia pra escola pra aprender melhor a gramática. Foi uma experiência bastante boa e pouco tempo após ter decido no Brasil novamente, decidi que aqui definitivamente não era mais meu lugar. Na época eu queria me qualificar pra buscar um bom emprego em meu retorno. Se fosse hoje tentaria ficar por lá, mesmo que ilegalmente.


Que tipo cultural você se identifica mais?


Como você pode aprender inglês

Uma coisa excelente que aprendi foi traduzir cinco ou dez palavras por dia, e depois tentar colocar em frases e situações do cotidiano. Assim, seu professor não vai fazer papel de dicionário e perder tempo de aula fazendo trabalho que é seu. Isso vale para muitas outras coisas, pense nisso. Se quiser fazer um curso qualquer, pesquise tudo o que puder sobre o assunto antes de ir nas aulas.

Outra coisa é escolher tópicos como "partes da casa", "situações de trabalho", "comer à mesa", etc. Você sabe como se diz todos os talheres que usamos? Quais são todos os itens do banheiro? As partes do carro? Crie 30 situações do dia-a-dia e estude o que puder de cada uma. 


Agora me escutem com muita atenção.

Mais uma dica que posso dar é o método Arnold Schwarzenegger de praticar qualquer coisa: repita até ficar bom, depois pratique mais. Em sua biografia ele descreve diversas situações onde fez isso, como quando tinha que praticar seu inglês para atuar em filmes ou discurso político, ele lia em voz alta dezenas de vezes o texto e fazia um risquinho até ficar bom. Uma folha que ele apresenta no livro tem vários riscos de caneta das vezes que praticou. Esta dica é muito importante para praticarmos a pronúncia e entonação das palavras. Leia dezenas de vezes em voz alta textos em inglês ou no dia que conversar com um estrangeiro vai soar como retardado.

Mais uma coisa: não importa o quanto você saiba, se não praticar você enferruja. Isto nos afeta muito pois a maioria de nós não tem onde praticar. Mesmo que você tenha amigos que morem em outro país não vai entrar no Skype nunca pra falar com eles. No máximo alguma conversinha escrita.

www.duolingo.com

Estava procurando um curso pra minha esposa e eu voltarmos a praticar e só achei cursos caros, porém ela mesmo lembrou do "Duolingo". Procurei e me cadastrei. O site é totalmente grátis e tem um método excelente. A interface é como um videogame que você vai evoluindo. As lições são curtas e você pratica bastante. Além disso pode traduzir textos na internet em troca de pontos que liberam mais lições.

Comunicação é uma habilidade que devemos desenvolver pro resto da vida. É isto. Você saber inglês provavelmente não vai te trazer um salário mais alto, mas quem não compreender um básico com certeza tem menos chances.



sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Experiências de trabalho (2)

Estágio lixo 1

Meu primeiro trabalho foi um estágio que veio logo no primeiro ano de faculdade, na minha área de formação. Eu não sabia fazer porra nenhuma, mas não havia cobrança também.

Lembro que com meu primeiro salário, de R$ 330,00  pude comprar um MP3 player de 256 mb, o qual usava pra escutar heavy metal na meia hora que precisava andar, 3 vezes por dia (na volta do almoço eu ganhava uma carona), no percurso entre a empresa e a minha casa, sempre embaixo de um sol desgraçado.



Tive oportunidade de mexer em equipamento de ponta na época, mas isso não valeu muito, pois o patrão mandava que eu aprendesse com os colegas que não me ensinavam nada por medo de perder o emprego. Isto é bastante comum no começo de uma carreira de empregado.

A empresa era familiar e fiquei na empresa por cerca de um ano e meio. Foi bom porque parei de ser explorado em casa, onde trabalhava de graça. Não que seja errado trabalhar para sua própria família, mas a minha era caso de exploração e maus tratos diários.

O ritmo no interior é muito mais tranquilo que na capital, e isso é determinante para o insucesso dos pobres. Se quiser ser bom em sua área, largue tudo e busque experiência real nos grandes centros e áreas onde sua área estiver com o mercado forte. Se quiser ser empregado e não fizer isso, a chance de fracassar é de 99%. Além disso, dê duro pelo menos até os 30 anos pra aprender de verdade e se encher de cursos válidos, além de cultivar bons contatos. No interior não existe nada disso. Dito isso, ser empregado é o caminho para o fracasso de qualquer maneira. Use esta condição para aprender o que precisa, não para se qualificar em ser empregado.

A empresa tinha poucos clientes e cometeu um grande erro ao longo dos anos: depender de um grande cliente. No momento que deu uma merda nas finanças desse cliente, a empresa passou por problemas e eu fui cortado. Ao sair pela porta no último dia, havia compreendido que minha vida de empregado seria bastante triste e pobre.

Fora o MP3, que se transformou em pendrive por anos, guardei praticamente todo meu salário na poupança e isto virou uma boa reserva de emergência.


Estágio lixo 2

Em outro estágio que fiz não havia salário (na época isso era comum), mas eu precisava aprender e perder "horas obrigatórias" pro meu curso, portanto arrumei um de só meio turno. Neste eu trabalhava bastante com orçamentos e negociação, que são coisas que eu curto bastante. Ninguém me enchia o saco porque não me davam nem lanche, por isso comecei a chegar e sair quando dava na telha.



Não havia perspectiva de contratação e eu fiquei exatos 3 meses. Quando fui cair fora me ofereceram R$ 450,00 mas resolvi sair pois achei o salário baixo. Era hora de buscar um emprego de verdade, com o lixo da "carteira assinada".

Neste lugar tinham caras bons trabalhando e notei que não tinha saco pra ficar tão foda quanto eles, que ganhavam mal. A disparidade da grana que o dono embolsava era abismante. Meus colegas de faculdade eram todos mais burros que eu, e a metade dos professores eram uns comunistas fadados a pobreza eterna. e aí comecei a pensar em um dia ser dono do meu próprio negócio.



terça-feira, 18 de agosto de 2015

O poder dos relacionamentos

Enquanto tem aparecido na mídia mais um papo furado do tipo "pós capitalismo", "terceira via", chamado "economia colaborativa" que não passa do clássico conceito capitalista da sociedade anônima: associar-se com pessoas sem qualquer pretensão além de diluir riscos e buscar lucro, junto ao conceito de divisão do trabalho (cada um faz o que fizer melhor), ou seja, nada de novo, a poucos dias Donald Trump foi questionado porque dava dinheiro para vários políticos (os quais ele mesmo criticava). Ele respondeu que era simples, dando dinheiro pras pessoas elas faziam qualquer coisa que ele pedia.

Tão importante quanto conhecimento e dinheiro são as pessoas com quem nos relacionamos. Nosso sistema sócio-político é podre e corrupto e pessoas sem amigos são pessoas sem poder político e realizam qualquer coisa com maior dificuldade, seja pagando mais caro em uma loja ou tendo dificuldades em conseguir um documento na prefeitura.

Ter bons relacionamentos é a chave para o sucesso. Com isso você consegue as melhores coisas da vida. Sem isso, não se chega nem na esquina sem dinheiro. Você literalmente vai pagar mais caro por não ter amigos. Trabalhei em uma empresa onde se investia muito em marketing de relacionamento e isto impactava de maneira bastante positiva nas vendas, apesar de ser trabalho de longo prazo.


A Friboi é "amiga" até de vegetarianos.


Não sou o Roberto Carlos pra ter um milhão de amigos, mas descrevi abaixo alguns setores onde é bom ter contatos. Todos eles lhe poupam dinheiro e tempo.

CLASSE
EM QUE AJUDAM
Mecânico
Quem não conhece nada de mecânica (como eu) é presa fácil para vagabundos e golpistas deste setor. Sempre leve qualquer veículo a um mecânico de confiança antes de fazer negócio, e consulte vários antes de comprar um novo.
Encanador/Eletricista
Dão dicas boas e ajudam em pequenos reparos.
Médico
Toda família deve ter um médico por perto para verificar possíveis perebas e doenças sem muita burocracia. Com o advento das novas tecnologias, dá pra mandar fotos e descrever que o cara te dá uma mão até pela internet.
Advogado/Juiz
Vivemos em uma sociedade de pessoas que vivem de processar os outros, portanto ser amigo de um juiz é muito poderoso, e advogados fazem qualquer coisa por dinheiro e podem ajudar a se livrar de enrascadas.
Delegado/Policial
Não gosto de policiais, mas é sempre bom manter-se dentro da lei e ter boa relação com essa gente. Muitos deles respeitam carteiradas e não abusam de quem tem amigos.
Podem prover informações importantes.
Contador
Bons contadores previnem muita dor de cabeça e ajudam a escapar de impostos desgraçados.
Engenheiro civil/pedreiro
Ajuda a orçar, assinar, vistoriar e acompanhar projetos.
Açougueiro
Meu pai dava uma garrafa de whisky no natal pro açougueiro de um mercado perto de casa e parecia valer a pena (não subestime ninguém).
Gerente de banco
Nenhum deles é seu amigo, mas ter boas relações fazem diferença se precisar financiamentos.
Caras de prefeitura/cartório
Este tipo de contato geralmente lhe poupa muito tempo resolvendo problemas horríveis através do telefone.
Veterinário
Antigamente os bichos só viviam e morriam. Hoje existem procedimentos que só o veterinário pode fazer.
Dentista
São importantes para descontos.

Claro que não se deve ser amigo porque alguém é ou deixa de ser algo, até porque qualquer pessoa de profissão menos poderosa também pode ser de grande ajuda ou ter seus próprios bons contatos. Um biólogo pode ajudar a emitir qualquer coisa pra que você não seja multado ao cortar árvores em um terreno, por exemplo.

Somente este ano, perdi a conta de quanto dinheiro poupei por ser auxiliado por meus amigos em problemas comuns. Logo vou ter que pintar a casa e não vou ter que contratar pintores, só isso já trás muita satisfação. Na questão da imigração nem se fala... Porém, ter amigos não lhe isenta da obrigação de estudar.

Até a próxima.

sábado, 15 de agosto de 2015

Aulas de direito e contabilidade

Meu pai é um advogado sangue-suga e quando eu era criança ele só falava de direito e de defender bandidos o dia todo. Acho que por isso sempre tive asco da profissão, além disso os caras operam todo um sistema inventado de leis vagabundas e/ou esquerdistas que nada tem a ver com direitos, porque ninguém tem direito ao que é dos outros.



"Ah, mas é a lei..." NÃO É UM ARGUMENTO.


Isso sem falar nos juízes que são verdadeiros monarcas, e procuradores, promotores, oficiais de justiça, e todos os funças asquerosos que mantém o teatro jurídico em cartaz tem meu desprezo.


Como um juiz se vê.


Todavia existem algumas coisas importantes de se ter pelo menos uma noção. Conhecimento é poder, e conhecer Direito e as leis são uma arma socialmente poderosa. Por exemplo, quem nunca leu o Código de Defesa do Consumidor ou a lei do inquilinato, cedo ou tarde vai ser enrabado.

Incluí em meus estudos genéricos aulas de direito por youtube. Neste canal existem algumas boas aulas, como curso de contratos e tributário pra ter uma noção e a partir dai estudar o que precisar saber mais. Nada extraordinário mas são coisas que deveríamos saber desde criança.

Uma matéria que me interessa bastante é contabilidade, que deve ser a matéria mais importante de todas. Devemos saber todo o possível sobre impostos e sobre como fazer para não pagá-los. Estou sempre procurando algum curso e exercícios de matemática financeira, e se um dia tiver um filho vou obrigá-lo a fazer um curso técnico em contabilidade durante a escola secundária.

Tão importante quanto conhecer os assuntos, é ter amigos poderosos nos diversos meios, assunto para meu próximo post.


quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Experiências de trabalho (1)


De vez em quando irei descrever algumas experiências profissionais que tive e lições que aprendi aqui no blog, sem ordem cronológica. Ai vai uma delas:

Anos atrás eu estava procurando emprego e consegui um de "Analista blábláblá" em uma empresa de um parente da minha esposa. O cara era um dos empresários mais ricos da cidade e o clima da empresa era muito bom, não posso reclamar, além de aprender com o patrão, que era um guru de finanças e administração, eu era bem quisto porque gostava de ajudar em todas as áreas da empresa e resolver problemas.


Desde o primeiro dia combinamos o salário: R$ 1000,00, que com descontos ficava em cerca de 800 reais líquido. Eu precisava da grana e ninguém me devia nada, aceitei e fazia minha parte: poupar quase tudo.

Eu trabalhava bastante, pegava dois ônibus ou caminhava cerca de 3km a pé pra chegar e ir embora. Fazia algumas horas extras e até participava de uns eventos toscos pela cidade em nome do diretor da empresa sem ganhar nada com isso.

Não esqueço de algo que ouvi em uma reunião, que era para os vendedores usarem o argumento racional de que as pessoas gastam mais de 100 reais por final de semana em cerveja mas achavam caras as prestações do bem que vendíamos, que era patrimônio, e isto não fazia sentido.

Além disso, almoçava na empresa pois ela ficava longe de tudo e dava almoço baratinho para os empregados. Posso dizer que a qualidade de vida do brasileiro é seriamente comprometida por este detalhe. Ter que ficar na região da empresa durante o horário de almoço sem fazer absolutamente nada até o turno da tarde começar, sentado em algum chão duro sentindo calor ou frio é o que faz as pessoas se desesperarem e fazerem concursos pra trabalhar como caixa de banco. Sempre vejo pessoas sofrendo por aí neste horário e consigo compreender o que elas passam.


Horário de almoço.

No começo eu me vestia "bem", tinha energia e até consegui impressionar com a qualidade do meu trabalho, pois por sorte todos os que ocuparam a vaga em que eu estava nem tinham noção do que devia ser feito. Além disso organizei todos os processos do meu cargo, tornando minha rotina mais fácil, e passava meu tempo livre percorrendo a empresa para melhorar qualquer coisa.

Sempre que trabalhar em algum lugar, modifique tudo para melhor ao seu redor. Se não for possível, pelo menos mude a mesa de lugar.

Na verdade eu praticamente reestruturei o setor de blábláblá da empresa que estava abandonado e estava sendo executado inteiramente pelo diretor da mesma até eu chegar lá. O patrão estava muito feliz por pagar mil reais (mais um monte de imposto) pelo meu trabalho porque eu era excelente em compras e os caras anteriores só mandavam comprar sem orçar nada.

A empresa lucrava centenas de milhares de reais por mês, e a esposa do chefe gastava mais de 10k mensalmente em roupas que nunca usava e doava (nunca tinha visto algo assim, eu não gastei 10k em roupa nos últimos 10 anos). Isso não me deixava brabo pois cada um faz o que quer com seu dinheiro, na verdade isso até me deu força pra um dia ser tão rico quanto eles.

O tempo foi passando e fui desenvolvendo as estratégias do setor. Tinha um cara ali perto que trabalhava em outra área e era bem medíocre, porém ele apresentou um controle que todo mundo da área dele deveria ter mas não tinha. Como o chefe precisava de um gerente pai de família ao invés de um garoto, escolheu este cara da noite pro dia pra mandar em mim e isso me enfezou muito, pois ele roubava descaradamente minhas soluções. Ele chegava a me perguntar como fazer coisas, e em um minuto atravessava a sala pra falar (tenho um ótimo ouvido) "chefe, pensei em tal coisa..." E o chefe elogiava o cara, isto sim me deixava puto da cara.


Como eu agia (quando chegava em casa).


Outra coisa que o cara fazia era sugerir absurdos em que não existia capacidade técnica para se fazer e quando eu argumentava, ele levava pro chefe as minhas exatas palavras como se fossem dele. Todo mundo em volta assistia isso e também achava escroto.

Isto acontece em qualquer lugar, mas a medida em que ocorria lá era absurda quando se ganha mil reais.

No fim já estava se instalando um clima de eu ser um rato e o cara o fodão que me mandava, pois ele começou a usar meus próprios argumentos na minha frente mesmo pra salvar seu couro quando eu fazia do jeito que ele me obrigava a fazer as coisas, e isto considero inadmissível.

Depois de vários meses como escravo, fui falar de aumento com o chefe, que me ofereceu uns 200 reais os quais resolvi nem aceitar e pedi demissão. O patrão até me deu uma carta pessoal de recomendação e um contato em outra empresa, algo muito difícil no mundo corporativo.

Coincidentemente nesta época estavam instalando um sistema novo super difícil de coroas usarem. Arrumei um substituto pro meu lugar (apesar de ter um setor vagabundo de RH, quem analisava currículos e conduzia algumas entrevistas era eu), passei as funções e desapareci de lá, deixando o gerente totalmente com o cu na mão. Jamais vou esquecer da cara dele e das imploradas pra que eu não fosse embora naquele momento.

Gerente bundão falando comigo.


Aquele foi um dos momentos em que eu olhei à minha volta e me deparei com uma das duas opções: ficar igual a todos naquela sala, com seus respectivos salários estagnados a anos, ou ir embora. O resultado dessa decisão é de longo prazo.

Não recomendo que ninguém saia largando o emprego por ser maltratado, isso faz parte de qualquer cargo de empregado e talvez o maior bem nos próximos anos por aqui vá ser justamente estar empregado. Recomendo que se fuja de qualquer emprego onde se esteja perdendo tempo na vida, por isso é importante parar todo ano e fazer uma análise de onde você se encontra e do que fazer pra chegar onde quer (minha teoria é que as pessoas são ensinadas a serem proto-fracassados pela mídia e pelo sistema de educação).

Tem uma coisa que me dou ao luxo (pelo menos pude até hoje) de nunca aguentar na vida: Ficar dependente de um emprego. Não posso falar pelos outros, pois não tenho dívidas, filhos, etc, mas creio que no momento em que você fica dependente de seu emprego é game over. O espiral vai te sugar e você vai desperdiçar sua vida dia após dia!

Até a próxima.


segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Projeto imobiliário (1)

Em 21 de julho anunciei o projeto de construir ou reformar uma casa em até 12 meses em uma cidade do interior. Vou postando as atualizações para que vocês acompanhem e que discutamos este mercado no Brasil, que certamente vai sofrer porradas nos próximos anos em razão da retração do crédito e da alta da inflação.

Vou executar este projeto junto a um amigo e terei o auxílio de um familiar que é um engenheiro experiente. Neste momento estamos discutindo e prospectando como fazer os melhores negócios nos bairros residenciais mais afastados do centro, que é supervalorizado. Minha ideia é realmente entrar de corpo e alma e usar o poder do dinheiro vivo para barganhar.


Cash is king.


Já escolhi 5 bairros que conheço e estou usando o Google Maps pra valer. O próximo passo vai ser fazer centenas de ofertas, e depois comprar somente se a papelada estiver 100%. Mas isso tudo é relativamente fácil se comparado ao ponto mais crítico:


 Encontrar mão de obra.


Para monitorar a qualidade da mão de obra e do projeto pretendo inclusive morar na obra durante a construção se necessário, tanto para acelerar o processo quanto para evitar roubo e desperdício de material, servindo também como pedreiro.

Vou falar mais aqui disso tudo em breve, principalmente das burocracias e dificuldades que encontrar, além de postar fotos e dicas de construção enquanto o projeto estiver em execução.


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Cultivar sua própria comida e produzir energia

Uma das coisas que mais causa dor e destrói o patrimônio do brasileiro é ir ao mercado em busca de alimentos. A vida moderna nos colocou à mercê de cartéis e grandes de corporações protegidas pela regulação estatal e a inflação torna a vida dos pobres horrível mês após mês.

A poucos anos as pessoas podiam criar animais e cultivar uma horta no pátio em qualquer lugar. Hoje, este privilégio é apenas de quem mora nos bairros afastados das cidades do interior. Nas cidades grandes não só o preço dos imóveis é muito alto, mas a falta de espaço, e a regulação (não se pode mais criar animais para abate na área urbana) torna quase proibitivo cultivar seus próprios alimentos.


Que legal seria ter um espaço destes pra plantar.


A algum tempo assisti um documentário interessante sobre empresas comprando os terraços de prédios em Nova York e Londres para instalar estufas para verduras. Estas empresas estavam ganhando milhões vendendo alimentos orgânicos onde os outros só viam espaço inútil!

Pesquisei por aí e vi que já existem muitos entusiastas da ideia. Aproveitar pequenos espaços é providencial para pobres, e traz muita qualidade de vida.


Horta vertical.

Veja aqui as estações que vários vegetais para planejar sua alimentação ou até plantio.


Fazendas em terraços são o futuro.


Outra coisa que eu faria se fosse possível é um viveiro para galinhas. Minha esposa trabalha na indústria de alimentos e ela é podre. Sério, podre. Não vou descrever neste post o filme de terror que é esta indústria para os leitores não vomitarem ou ficarem ainda mais revoltados com as práticas comuns para roubar o consumidor. Em síntese nada de novo: consumimos lixo no Brasil, e pagamos o triplo por ele.


Carne e ovos.


Tem essa e outras maneiras de fabricar ração e criar animais em videos do youtube que gosto de pesquisar. Trabalharia sem problemas em uma chácara, cuidando de minha vida tranquilamente. Infelizmente fui me afastando disso.

Existem pessoas que criam peixes como a tilápia em caixas de água e piscinas. Gosto muito da ideia.

As vezes fico observando o apartamento em que moro e outros que entro, buscando maneiras de aproveitar o espaço e as vezes até rabisco umas plantas pensando em como eu faria uma casa legal.
Por exemplo: minha casa poderia ter o teto mais baixo, ou mais alto com um mezanino, uma área coberta para secar a roupa, um armário embaixo da escada, talvez um flat sem paredes, cozinha americana, etc.

Não preciso de uma casa grande, desde que não tenha vizinhos.


Na verdade vou levar no e-mail várias delas para o país que estou indo e nos próximos anos construir uma.

Mais um assunto que me interessa são as novas maneiras de gerar energia, como movimento das ondas, vento, e principalmente a solar, que está se desenvolvendo e se tornando mais barata. Os países desenvolvidos estão investindo muito (na verdade os indivíduos que não sofrem com regulação estatal) em energia solar e pretendo fazer o mesmo pois gosto da ideia do minimalismo (longe de mim propor algo para os outros).

A verdade é que ser minimalista se confunde com sobrevivencialismo em alguns pontos porque ambos buscam ser mais independentes do sistema. Um por meios práticos e outro por crença na possibilidade de um holocausto. Claro que saber montar um abrigo, fazer fogo e limpar água, primeiros socorros, dentre outros conhecimentos de sobrevivência são sempre bem vindos.

Penso que com o barateamento e propagação da tecnologia (efeito do capitalismo) possamos fazer hortas até mesmo embaixo dos prédios (imagine um estacionamento) que as plantas se desenvolvam com lâmpadas especiais, e usemos mais energias alternativas, muito mais baratas para as grandes cidades.

O melhor é que isso tudo já é realidade. Para fazermos um mundo melhor basta que os governos não se metam na vida das pessoas.

Boa semana!
CF